Também designado por não-persistência de lactase, é o tipo de intolerância à lactose mais comum, estimando-se que afete 70% da população, a nível mundial.
A grande maioria dos seres humanos nasce com capacidade total para digerir a lactose, essencial durante o período de amamentação. Porém, essa faculdade vai naturalmente diminuindo, entre os 2 e os 12 anos de idade, formando-se dois grupos: os indivíduos com hipolactasia (a maioria) e os indivíduos com persistência de lactase, ou seja, que mantêm a sua capacidade de digerir a lactose durante a idade adulta.
Quando a redução da atividade de lactase é assintomática, estamos perante uma má digestão da lactose.
Nos casos em que os indivíduos manifestam sintomas gastrointestinais após a ingestão de lactose, a intolerância à lactose é diagnosticada.
É um tipo de intolerância à lactose específico dos bebés prematuros, nascidos com 28 a 37 semanas de gestação. É causado pelo subdesenvolvimento do intestino do bebé, que resulta na incapacidade de hidrolizar a lactose.
À medida que a idade avança e o intestino termina o seu desenvolvimento, surge uma adequada atividade de lactase.
As moléculas de lactose aumentam o conteúdo de partículas do fluido intestinal e, por osmose, mobilizam água dos tecidos para o intestino.
As bactérias do cólon fermentam a glicose, levando à formação de ácidos orgânicos e dióxido de carbono.
Não exitistindo tratamento para a intolerância à lactose, o utente deve ser aconselhado a seguir uma dieta restrita em lactose, isto é, com uma ingestão diária de lactose igual ou inferior à que o seu organismo conseguir tolerar*.
Além disso, o utente deverá ser informado da existência de suplementos alimentares de enzima lactase, como é o caso de Lisolac®, que pode tomar antes da ingestão de alimentos com lactose, de modo a facilitar a digestão desta molécula. A hidrólise da lactose proporcionada por estes suplementos está comprovada pela European Food Safety Authority, que considera este um efeito benéfico para a saúde das pessoas com intolerância à lactose.
Não retirar por completo os laticínios da alimentação, mas sim ajustar a quantidade à sua capacidade de digestão
Substituir as versões tradicionais dos laticínios pelos seus equivalentes sem lactose
Compensar a eventual diminuição da quantidade de lacticínios na dieta com a ingestão de outros alimentos ricos em cálcio
Ler atentamente os rótulos dos produtos, de modo a identificar a presença de lactose
Tomar suplementos alimentares de enzima lactase (por exemplo Lisolac®) antes da ingestão de produtos com lactose, de modo a facilitar a sua digestão
Visitar intoleranciaalactose.pt para obter informações úteis
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