Sobre intolerância à lactose

Mitos sobre o consumo de produtos com e sem lactose

É um facto: atualmente, muitos dos nossos alimentos preferidos (entre os quais os que contêm lactose) estão a sofrer algumas críticas e são alvo da propagação de mitos, que acabam por não se verificar na realidade. O que pretendemos neste artigo é desvendar a verdade por trás dos muitos mitos associados à ingestão de laticínios.

O que são laticínios?

São considerados laticínios todos os produtos alimentares derivados do leite, como o queijo e o iogurte. São excelentes fontes de nutrientes essenciais como a proteína, hidratos de carbono, vitamina A, B12, riboflavina e também minerais como o cálcio, fósforo, magnésio, potássio e zinco.

Os laticínios são um importante grupo alimentar e estima-se que três porções de laticínios por dia, iguais a um copo de leite de 250ml, uma taça de iogurte de 200g, ou duas generosas fatias de queijo, podem fornecer a quantidade diária recomendada de cálcio para a maioria das pessoas.

É por isso que diminuir a quantidade ou remover alimentos lácteos da nossa dieta pode, muitas vezes, significar a perda ou o comprometimento da ingestão recomendada de muitas vitaminas e minerais essenciais para o funcionamento ideal do organismo, particularmente, no que diz respeito ao aporte de cálcio.

É, também, aconselhável que qualquer redução ou eliminação de alimentos lácteos da nossa dieta seja acompanhada por um profissional de saúde especializado e devidamente credenciado.

Mitos sobre leite, lactose e laticínios

MITO: “O leite provoca muco”

FACTO: Muitos estudos mostram que o leite não causa produção de muco. O que acontece é que algumas pessoas podem experimentar um revestimento fino e temporário na boca e na garganta depois de beberem leite. Muitas vezes, essa sensação é confundida com muco, contudo, não passa da textura cremosa e natural do leite. Isso não é prejudicial e a sensação dura, apenas, um curto período de tempo. Se existir excesso de muco ele pode, sim, ser consequência de determinadas condições médicas, como infecções, desidratação ou devido a ar seco.

MITO: “O leite causa asma”

FACTO: O leite quase nunca despoleta uma crise de asma, normalmente o que potencia o seu aparecimento é a exposição a ácaros e pólens, infeções virais e algum exercício físico. Inclusive, os profissionais de saúde recomendam que as pessoas com asma tenham uma dieta nutritiva, com uma variedade muito grande de alimentos, incluindo leite e outros produtos lácteos.

MITO: “Tenho de parar de comer laticínios se quiser perder peso”

FACTO: Uma dieta para perder peso, sem nenhuma outra contraindicação, deve incluir laticínios para ajudar no aporte de nutrientes. Existem muitos produtos da família dos laticínios com pouca gordura disponível como o leite desnatado, os iogurtes e alguns queijos. Além disso, pesquisas sugerem que a ingestão de três porções de laticínios num regime alimentar controlado por calorias pode ajudar a obter uma maior perda de peso.

MITO: “Se tomar comprimidos de cálcio, não vou precisar de beber leite”

FACTO: O leite não é apenas uma excelente fonte de cálcio, mas também é uma ótima fonte de proteínas, hidratos de carbono, riboflavina, vitamina B12, vitamina A, potássio, magnésio, fósforo e zinco. Assim, se pensarmos bem, um comprimido de cálcio não vai fornecer todos os outros nutrientes que os laticínios adicionam à nossa dieta.

MITO: “Os bebés devem beber leite com pouca gordura ”

FACTO: As principais diretrizes nutricionais recomendam que os bebés devem apenas receber leite materno nos primeiros 6 a 12 meses de vida. Caso não haja essa possibilidade, a única alternativa recomendada é a fórmula infantil enriquecida com ferro. Um bebé não deve ingerir leite de vaca antes dos 12 meses de idade e, após o primeiro ano, o leite integral apresenta mais benefícios que o leite com baixo teor de gordura, para um crescimento e desenvolvimento saudável.

MITO: “Comer laticínios provoca acne”

FACTO: A ciência não suporta esta afirmação, pois não há uma correlação entre o acne e a dieta. Outros fatores como o tipo de pele, a genética, as hormonas e a exposição a ambientes mais poluídos são, possivelmente, os maiores causadores de inflamação cutânea. Fazer uma dieta equilibrada e saudável, rica em frutas frescas, vegetais e laticínios, com pouca gordura e beber muita água garante que a pele obtenha os nutrientes de que necessita para ser saudável e radiosa.