Em casa, dentro das nossas rotinas, é bem mais fácil encarar a intolerância à lactose. Mas tudo se torna mais complicado quando saímos da nossa zona de conforto e temos de comer fora. O pequeno-almoço é, provavelmente, a refeição mais complicada no que toca às opções sem lactose pois, tradicionalmente, inclui muitos laticínios.
Por isso, deixo-vos um conjunto de dicas para os pequenos-almoços fora de casa, para diferentes situações.
Intolerância à lactose e pequeno-almoço fora…
…no café
Entrar num café “normal” de rua para tomar o pequeno-almoço ou lanchar pode ser uma autêntica dor de cabeça, pois aquelas montras deliciosas cheias de bolos não são para todos, uma vez que muitos deles são confecionados com laticínios.
Muitas vezes, tenho uma agradável surpresa com os croissants folhados, que são feitos com margarina (livre de laticínios). Mais uma vez, nada como perguntar!
Podem optar pela tradicional sandes de fiambre sem manteiga, mas a minha sugestão mais arrojada é a torrada com azeite. Fica com um sabor mais forte, mas é um bom substituto da manteiga.
Para beber, podem ficar pelo clássico chá ou sumo de fruta natural, que nunca nos deixam ficar mal… No entanto, felizmente, já há muitos cafés que têm opções de bebida vegetal para uma meia de leite, capuccino, etc.
…no brunch
Parece que esta nova moda de um pequeno-almoço tardio e mais completo veio para ficar e tem cada vez mais adeptos. Eu confesso que sou uma dessas fãs!
Porém, quando vou a um brunch, peço muitas vezes as bowls de açaí. Para quem não conhece, o açaí tem uma cor escura, existe em várias tonalidade de roxo/cor de vinho e é uma espécie de sorvete à base dessa fruta brasileira. Optem por um açaí servido com fruta e granola e, para ficar mais docinho, também com mel. As tostas com húmus ou com abacate estão muitas vezes disponíveis e são excelentes opções naturalmente isentas de lactose.
Para beber, aplica-se novamente o chá ou bebida vegetal com café, mas também os famosos smoothies. De notar que, por norma, os smoothies são feitos com fruta congelada e a base é sumo de laranja ou sumo de maçã, mas, em alguns sítios, colocam leite. Por isso, não se esqueçam de confirmar se é realmente só fruta.
No brunch, pode também ser útil procurar as opções vegan, por exemplo, para comer umas deliciosas panquecas (uma vez que “tradicionais” normalmente são confecionadas com leite).
…no hotel
Se vão ficar a dormir num hotel e têm o pequeno-almoço incluído, é importante, no ato da reserva, indicar nas notas opcionais que um dos hóspedes é intolerante à lactose.
Mesmo que, no ato da reserva, se tenham esquecido de deixar essa nota, podem ter a sorte de ser um hotel que já disponibiliza na mesa de pequeno-almoço opções sem lactose ou bebidas vegetais. Se não for o caso, podem sempre perguntar se têm, pois, muitas vezes, eestas opções não estão disponíveis na sala do pequeno-almoço, mas o empregado de mesa vai buscar à cozinha/despensa. Ou pode ainda acontecer não terem disponível naquele dia, mas terem no dia seguinte.
É importante reforçar que não tem de ser um mega hotel, para que seja disponibilizado o leite sem lactose. Há muitos anos que peço o leite e nunca me foi negado (ou solicitado um pagamento adicional), nem mesmo em pensões/residenciais. Uma ou duas vezes até já aconteceu disponibilizarem também iogurtes.
Costumo pedir o leite sem lactose para comer com cereais, uns clássicos corn flakes que estão sempre disponíveis. Para comer no pão, opto sempre pelas compotas de fruta.
Outra coisa a ter em atenção são os ovos mexidos. Alguns hotéis disponibilizam no pequeno-almoço um buffet onde estão ovos mexidos. O problema é que é prática comum nos hotéis colocarem leite nos ovos para ficarem mais cremosos. Questionem sempre e expliquem que são intolerantes. Infelizmente, nem sempre sabem responder, portanto, em caso de dúvida, peçam para fazerem uns ovos à parte.
Da minha experiência de mais de 10 anos com intolerância à lactose, a melhor dica é mesmo “perguntar, perguntar, perguntar”. Grande parte dos estabelecimentos já está familiarizada com este tipo de situação e quanto mais pessoas abordarem este tema de forma natural, mais os estabelecimentos se adaptam também!
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