Viver com intolerância à lactose

“Consegui voltar a beber um copo de leite”: Viver com Intolerância à Lactose

Ana Rodrigues tem 37 anos e, num período de mais stress da sua vida, começou a perceber que o leite lhe estava a provocar sintomas gastrointestinais. Procurou aconselhamento junto de uma nutricionista, que lhe recomendou a toma de suplementos de enzima lactase antes do consumo de leite, um alimento de que tanto gosta.

Durante um ano e meio, Ana viveu com um défice secundário de lactase, ou seja, uma intolerância à lactose temporária, que conseguiu, aos poucos, reverter. Hoje, apesar de continuar a preferir comer menos do que costumava ao pequeno-almoço, voltou a poder desfrutar, sem consequências, do seu tão apreciado copo de leite.

Vejamos como correu o processo desde que Ana percebeu que o seu mal-estar estava a ser causado pela lactose até que o seu organismo voltou a conseguir digeri-la adequadamente.

Viver com Intolerância à Lactose: Ana Rodrigues

Como é que descobriu a sua intolerância à lactose?

Sempre gostei de leite e bebia diariamente. Comecei a ter cólicas intensas e diarreia logo após tomar o pequeno-almoço: nem meia hora passava depois de comer e tinha de ir a correr para a casa de banho. Isto acontecia sempre que bebia leite; se optasse por iogurte, a reação já não era tão forte e se bebesse chá, por exemplo, já não tinha qualquer sintoma. Por isso, comecei a associar os sintomas ao leite e à lactose em particular.

Tendo passado por uma intolerância secundária (isto é, temporária), quais foram as causas que estiveram por detrás dessa intolerância?

Ao longo da infância e adolescência tive alguns episódios isolados, principalmente quando me sentia mais ansiosa e stressada (épocas de testes, exames, apresentações de trabalhos). Mas o período mais longo em que isto ocorreu foi num espaço de 1 ano a 1 ano e meio, em que tinha acabado de mudar de casa e de cidade, estava a trabalhar num novo emprego stressante e estava ao mesmo tempo a estudar noutra cidade diferente, a mais de uma centena de quilómetros de onde vivia, o que significou, portanto, mais stress e ansiedade.

Durante quanto tempo foi intolerante à lactose?

Durante cerca de um ano e meio.

Quais foram, para si, os principais desafios de passar por uma intolerância à lactose?

Quando percebi o que tinha, o desafio foi perceber o que podia ou não comer para evitar o mal estar e outros sintomas. Tinha receio de tomar o pequeno-almoço, pois era quando tinha mais sintomas e isso condicionou um pouco a minha alimentação. Ainda hoje evito comer muito de manhã, pois fico sempre com a sensação de que vou ficar mal disposta.

Quais foram as principais alterações que teve de fazer na sua alimentação depois de descobrir a intolerância?

Durante algum tempo evitei consumir leite e passei a iogurtes, pois tolerava-os melhor. Não deixei de consumir lácteos, apenas reduzi aqueles que me davam mais sintomas, nomeadamente o leite em natureza.

Tem ou teve algum aconselhamento médico ao nível da alimentação?

Tive aconselhamento de uma nutricionista clínica, que me aconselhou a experimentar tomar lactase junto com o leite para melhorar a digestão. Foi dessa forma que consegui reintroduzir o leite na minha alimentação.

Como foi o processo de recuperação da capacidade de digerir a lactose?

Aos poucos, com ajuda da lactase consegui voltar a beber um copo de leite sem que me sentisse mal. Fui reduzindo a toma de lactase até o meu organismo voltar a tolerar o leite.

Em que momento é que percebeu que o seu intestino estava a voltar a tolerar a lactose?

Quando voltei a conseguir beber um copo de leite sem ter de tomar lactase e não tive sintomas.

Após a intolerância à lactose secundária, conseguiu voltar a consumir produtos lácteos da mesma forma que consumia antes dessa intolerância?

Sim, hoje em dia consumo sem problemas. Tenho pontualmente indisposições, em alturas mais stressantes.

Que conselhos daria a quem está agora a começar a lidar com a intolerância à lactose?

Procure um profissional de saúde que diagnostique o problema e ajude a lidar com a intolerância.

Nota: o conteúdo constante nestas respostas é da exclusiva responsabilidade da sua autora.